16 março 2010

O meu presente de aniversário!



Mariza
17 de Março
Antuérpia

Passagem das Horas

Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.

(…)

Viajei por mais terras do que aquelas em que toquei...
Vi mais paisagens do que aquelas em que pus os olhos...
Experimentei mais sensações do que todas as sensações que senti,
Porque, por mais que sentisse, sempre me faltou que sentir
E a vida sempre me doeu, sempre foi pouco.
Porque, de tão interessante que é a todos os momentos,
A vida chega a doer, a enjoar, a cortar, a roçar, a ranger,
A dar vontade de dar gritos, de dar pulos, de ficar no chão, de sair
Para fora de todas as casas, de todas as lógicas e de todas as sacadas,
E ir ser selvagem entre árvores e esquecimentos,
Entre tombos, e perigos e ausência de amanhãs,
E tudo isto devia ser qualquer outra coisa mais parecida com o que eu penso,
Com o que eu penso ou sinto, que eu nem sei qual é, ó vida.

(…)

Poder rir, rir, rir despejadamente,
Rir como um copo entornado,
Absolutamente doido só por sentir,
Absolutamente roto por me roçar contra as coisas,
Ferido na boca por morder coisas,
Com as unhas em sangue por me agarrar a coisas,
E depois dêem-me a cela que quiserem que eu me lembrarei da vida.

Sentir tudo de todas as maneiras,
Ter todas as opiniões,
Ser sincero contradizendo-se a cada minuto,
Desagradar a si próprio pela plena liberalidade de espírito,
E amar as coisas como Deus.

(…)

Viro todos os dias todas as esquinas de todas as ruas,
E sempre que estou pensando numa coisa, estou pensando noutra.
Não me subordino senão por atavisnio,
E há sempre razões para emigrar para quem não está de cama.

(…)

Fui educado pela Imaginação,
Viajei pela mão dela sempre,
Amei, odiei, falei, pensei sempre por isso,
E todos os dias têm essa janela por diante,
E todas as horas parecem minhas dessa maneira.

Álvaro de Campos, 22-5-1916

13 março 2010

Provei-o!

Tinham ficado algumas coisas por fazer em Amesterdão: visitar o esconderijo da Anne Frank, o Museu de Van Gogh, e provar um space cake. Agora sim, já fiz tudo o que tinha pra fazer lá!

Desta vez foi a Mónica a parceira de aventuras! Graças a ela, ficamos a dormir num Hostel em pleno Red Light District. Suponho que o melhor sítio onde poderíamos ter ficado... Entre outras coisas deliciámo-nos a seguir um grupo de empresários portugueses para clandestinamente podermos ouvir todos os seus comentários: "Esta noite já nem vou dormir ao hotel", "Acho que nos vamos perder todos aqui!".

Foi também o melhor lugar para, pela primeira vez, entrar numa Coffee Shop e comprar o desejado Muffin! Delicioso, diga-se. De sabor a laranja. Um bolo absolutamente normal, que comíamos enquanto assistíamos ao jogo Arsenal-Porto, mas que quase duas horas depois da sua ingestão provocou efeitos de alguma alienação social, entre outros mais e menos bons... Ainda assim valeu alguns momentos de risota, e algumas dissertações sobre o sistema digestivo!

A minha última visita (anunciada) partiu hoje e leva óptimas recordações! À la prochaine Monique Motard ;)

09 março 2010

Não consigo...


Há um par de coisas que eu não consigo fazer... neste momento trata-se de dormir!

Talvez seja o entusiasmo de ir daqui a umas horas para Amesterdão. A verdade é que consegui ver um filme de domingo à tarde inteiro sem me ter chegado o sono. E já só me restam 4 horas...
Aaaaaaaahhhhh! Tenho pressa.